«La pensée pense ce qui la dépasse infiniment»




2011-07-25

pois é.


Puisque toute conclusion est le produit de ce que l’on choisit de percevoir;
Puisque toute perception n’est que l’angle unique d’une globalité;
Puisque la globalité renferme l’absolu des possibles dans sa complexité;
Puisque la complexité est un amalgame confus de contradictions;
Puisque la contradiction contient et le blanc, et le noir;
Puisque le noir a plusieurs teintes et n’est qu’un état passager;
Puisque le passage rétrécit, laisse une trace sinueuse et s’épanche vers l’horizon;
Puisque l’horizon semble être le champ ouvert de toutes les perceptions;
Puisque les percptions sont aussi multiples que les états et les individus;
Puisque les individus possèdent le pouvoir de choisir;
Puisque choisir est à la fois une responsabilité, et une liberté;
Puisque la liberté permet infiniment de se perdre;
Puisque se perdre est la destinée secrète de chaque être;
Puisque chaque être se perd en cherchant à combler un manque;
Puisque manquer est être guidé par la force du Désir;
Puisque désirer mène à vouloir, saisir, posséder, la vérité;
Puisque la vérité ne s’atteint que dans l’impossible, et puisque l’impossible est inatteignable,

eu aguardo comigo este espaço entre nos, cheio duma energia indizivel, que não posso chamar de verdade ou mentira, amor ou amizade.  Este espaço entre nos contém alguma coisa maior, tão intima, tão profunda, tão misteriosa. Que quase me fez chorar.  Que a verdade seja esta emoção estranha que apanha meu peito, sem saber o quê que é. 

Que a verdade seja o grande Desconhecido.

Puisque je ne connais que l’absence.

Puisque je ne connais que l’ennui.

Pois é.

2011-07-23

você me parece.



Você me parece tão longe enquanto tão perto,

morando num lugar escondido da minha intimidade mais profunda.

Sinto, em cada momento, a sua energia dentro de mim, no meu interior, mesmo como as vezes sinto sua energia vindo de fora, e flutuando ao meu redor, nem tentando tocar-me mas sendo me hipnotizando, na febrilidade dum traço invisível de energia, energia pura. Matéria de você que me habita. Matéria de você que me guia. Me atordoa.

A sua presença, de dentro e de fora, que eu sinto, é tão forte como a onda. Ela vai e vem num movimento constante, fiél, ritmado. Como uma orquestra de percussões me prendendo num ritual. E mesmo se eu sei que serei a pessoa, o objecto, sacrificado, mesmo se eu sei que irei sofrer meu amor, eu quero ser a sua relíquia, neste ritual, me garantindo a eternidade dum amor que sempre será, mesmo se nunca fosse.

Me entrego ao divino,me entrego à sua voz, ao seu corpo. Quero tornar-me este ritual, e cantar, acompanhada pelos tambores, a vinda da chuva.

Esta chuva que afoga tudo, aguardando das coisas, úmidas, somente os trechos mais significativos. Quero sacrificar-me meu amor, em fim de terum pedaço do seu céu.

Mesmo nublado.