«La pensée pense ce qui la dépasse infiniment»




2013-06-25

eu quero a sorte.



Eu quero a sorte de um amor que me faz sofrer
Um amor no qual as bocas são vermelhas de se ter tanto mordido
De se ter tanto beijado, de se ter tanto amado

Eu quero a sorte de um amor que me faz perder
Um amor que tem como limite a propensão de não ter nenhum
E uma dor profunda com qual a mais pura alegria se confunde

Eu quero a sorte de um amor que me faz parar
Me leva num mundo revirado de tão claramente escurecer
Derruba, arruina o pensamento antes mesmo dele ocorrer

Eu quero a sorte de um amor que me faz temer
No risco e na violência de uma pele que na outra se encontra
Na intimidade cruel de um mesmo sopro sufocado que desvela
Olhares e cantares
Sabor de vida e morte

Eu quero o azar
Eu quero a sorte