Um amor no qual as bocas são vermelhas de se ter tanto mordido
De se ter tanto beijado, de se ter tanto amado
Eu quero a sorte de um amor que me faz perder
Um amor que tem como limite a propensão de não ter nenhum
E uma dor profunda com qual a mais pura alegria se confunde
Eu quero a sorte de um amor que me faz parar
Me leva num mundo revirado de tão claramente escurecer
Derruba, arruina o pensamento antes mesmo dele ocorrer
Eu quero a sorte de um amor que me faz temer
No risco e na violência de uma pele que na outra se encontra
Na intimidade cruel de um mesmo sopro sufocado que desvela
Olhares e cantares
Sabor de vida e morte
Eu quero o azar
Eu quero a sorte